Para diretor da Sabemi, o mercado segurador mostrou sua capacidade de resiliência e de adaptação a cenários de crise, fortalecendo a confiança dos clientes na proteção oferecida
Carol Rodrigues
Com a matriz localizada no Centro Histórico de Porto Alegre (RS), na Avenida Sete de Setembro, a Sabemi reabriu a loja localizada no térreo no início de outubro. Vale mencionar que a sede da companhia fica a poucos metros do muro que protege a cidade das cheias do Guaíba.
Segundo Rodrigo Pecoraro, diretor-executivo de Seguros da Sabemi Seguradora, a recuperação das empresas e indústrias da região tem sido desafiadora, mas resiliente.
“Muitas empresas contaram com o suporte de seguros para retomar suas atividades, acelerando processos de reconstrução e mitigando prejuízos. O mercado segurador tem desempenhado um papel essencial nesse momento, oferecendo soluções que garantem liquidez e segurança, permitindo que os negócios superem os danos e voltem a operar gradualmente”.
“O mercado segurador mostrou sua capacidade de resiliência e de adaptação a cenários de crise, fortalecendo a confiança dos clientes na proteção oferecida. O episódio também serviu como alerta para o desenvolvimento de novos produtos voltados à prevenção de desastres naturais, essenciais para enfrentar os desafios climáticos futuros”.
O diretor da Sabemi lembra que manter o atendimento no meio da tragédia foi um enorme desafio. “Da mesma forma que boa parte das pessoas e das empresas impactadas pelas inundações, não imaginávamos que a água pudesse chegar aonde chegou. Contamos com o auxílio de inestimáveis parceiros que nos ajudaram, por exemplo, a viabilizar a instalação de geradores em meio à enchente para que nossas atividades não fossem interrompidas.
Trabalhamos muito, 24 horas por dia, para minimizar os danos para os nossos segurados e parceiros e também para acolher e auxiliar nossos funcionários que tiveram as casas atingidas pelas inundações”, lembra o diretor, ao destacar que foi necessário um esforço conjunto, um verdadeiro trabalho em equipe, que foi determinante para conseguir superar as dificuldades impostas pelo desastre climático.
Segundo Pecoraro, o principal desafio em relação à tecnologia foi conectar os times, de forma segura e eficiente, para que pudessem executar as suas atividades de onde estivessem, já que a sede ficou inacessível. “Acionamos o nosso Plano de Continuidade de Negócios, que não tinha sido amplamente testado justamente porque esse tipo de plano somente é testado, de fato, quando uma emergência acontece. Como parte deste plano, ficamos operando em nuvem praticamente todo o período da enchente. Nesse aspecto, a tecnologia foi essencial e garantiu não apenas a continuidade das nossas operações como, também, a minimização dos danos aos nossos segurados e parceiros de negócios”.
Ele ressalta que as enchentes de maio de 2024 ensinaram lições valiosas sobre a importância da preparação e da resiliência diante de desastres naturais. “Ficou claro que empresas e indivíduos devem estar mais atentos à necessidade de proteção adequada, principalmente com seguros voltados a riscos climáticos. O evento mostrou que o mercado segurador tem um papel crucial, não só na recuperação financeira, mas também na prevenção e mitigação de danos, oferecendo suporte imediato em momentos críticos.
Aprendemos também que é necessário um maior investimento em infraestrutura e em políticas públicas que contemplem a sustentabilidade e a prevenção de catástrofes. Além disso, o setor privado, em parceria com o público, precisa desenvolver soluções mais acessíveis e abrangentes para proteger as populações mais vulneráveis”, relata ele, sobre a crise que reforçou o valor da solidariedade e da união entre diversos setores da sociedade, destacando a importância de agir de forma rápida e eficaz para minimizar os impactos futuros.
Conteúdo da edição de outubro (269) da Revista Cobertura