Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi, aborda o aumento da percepção da sociedade em relação ao segmento que já vinha crescendo desde a reforma da previdência

Thaís Ruco

Com a reforma da previdência em 2019, houve um grande salto da percepção da população em relação à importância da previdência privada. Ficou claro que o Estado não tem como operar milagres. A partir disso, as pessoas começaram a entender a importância de buscar uma complementação, procurar soluções para as necessidades futuras que passarão a ter.  E é aí que entra, de fato, a previdência privada: uma proteção que não se restringe à aposentadoria.

A pandemia impulsionou um salto tecnológico nas companhias, abrindo uma porta fantástica para a popularização ou, digamos, para a oferta mais abrangente dos planos de previdência privada. Ao mesmo tempo, frente às dificuldades econômicas trazidas pela pandemia, os planos de previdência têm sido um importante apoio para as pessoas enfrentarem os desafios, proporcionando um respiro.

A FenaPrevi, como entidade representativa, vem participando das discussões com as associadas sempre tendo o consumidor como centro. “Estamos empenhados para que o setor, as associadas e a sociedade passem por este momento da melhor forma possível”, afirma o presidente Jorge Nasser.

No pós-pandemia, a tendência é de contínuo crescimento. “A inovação veio com força total nesse período de isolamento por uma necessidade básica de permanecermos próximos aos clientes, mesmo em um ambiente de isolamento. Estamos todos evoluindo com essa nova realidade. Com o avanço das soluções tecnológicas no mercado de seguros conseguimos melhorar a ‘jornada do cliente’, imprimindo facilidades. Atualmente, oferecemos a maioria das transações e das assessorias personalizadas pelo meio digital. Esse será, sem dúvida, o grande legado desse momento tão desafiador”, completa.

Os corretores devem aproveitar essa onda de inovações para se aproximar do cliente e realizar, cada vez mais, uma venda consultiva, baseada na necessidade e no perfil de cada um. “A previdência faz parte do combo de necessidades dos clientes. No ambiente de oferta diversificada que está sendo criado, o corretor poderá ser o diferencial numa venda que considere tudo o que o cliente precisa em termos de benefícios”, aponta.

Neste novo cenário, a FenaPrevi será, sobretudo, propulsora da cultura de seguros e previdência, e incentivadora de discussões técnicas que auxiliem o desenvolvimento do mercado. “Temos um papel de educadores e permaneceremos firmes no cumprimento desse papel. Isso fará com que os clientes busquem as empresas e corretores para se informar das opções. Numa outra vertente, a FenaPrevi seguirá como provedora de dados e apoiando a sociedade na tomada de decisões”, garante.

O momento é oportuno para crescimento da previdência privada no Brasil, mas vale ressaltar que o sucesso deste mercado também depende do crescimento econômico. “A imunização da população é peça importante nesse processo. Outro caminho em que já estamos trabalhando e que é essencial nesse processo de crescimento é a criação de uma cultura previdenciária no País. O brasileiro não costuma ser previdente. O desafio de trabalhar pela disseminação da cultura de poupar é um entrave a ser vencido (é um dos projetos estratégicos da Agenda de Fomento da Fenaprevi para o biênio 2021/2022). Acredito que o momento é oportuno para investir nessa jornada, pois com a pandemia as pessoas ficaram mais atentas à necessidade de proteção”.

Para ele, com informação e educação as pessoas estarão preparadas e confiantes para tomar suas decisões, de acordo com as suas necessidades. “Com toda a evolução tecnológica as pessoas têm a facilidade de fazer diferente hoje para mudar a sua situação no futuro”, finaliza.

Conteúdo da edição de julho (233) da Revista Cobertura