Executivo acumula cargo de CEO e VP comercial para continuar próximo aos corretores, os quais quer ouvir ainda mais, e ressalta potencial de diversificação de negócios dos parceiros
Carol Rodrigues
Rivaldo Leite recebeu um convite para jantar. Os anfitriões eram Bruno Garfinkel e Roberto Santos, respectivamente presidente do Conselho de Administração da Porto Seguro e diretor presidente da Porto. Embora soubesse que havia uma cadeira a ser ocupada na direção da companhia, Leite não tangibilizou o que aconteceria.
Naquela noite, ele foi convidado a ser CEO da vertical de Seguros da Porto, algo que coroou não só a sua dedicação à companhia, mas também o trabalho em parceria com os corretores de seguros. Resultado: o mercado vibrou e comemorou a indicação do executivo.
O novo CEO da Porto está na companhia desde 1988, na qual ingressou como técnico de seguros, atuou como gerente e superintendente de produção, diretor regional, diretor de produção, diretor geral e de vendas on-line e vice-presidente comercial, cargo que acumulará com o de CEO.
Ao todo, são 42 anos de convivência com a Porto e com os corretores, sendo 34 deles de dedicação exclusiva à seguradora. “Passou um filme na minha cabeça e toda a minha história com a companhia e os corretores de seguros”, conta o executivo, ao lembrar que não conteve as lágrimas quando recebeu a notícia.
“Sinto-me preparado para esse desafio. Conheço a historia da companhia como a palma da mão. A segurança dos corretores em saber que o Rivaldo Leite, que está com eles há tantos anos, de companheirismo e ajuda, é grande, por isso estamos felizes”.
O executivo conta que quando olhava a posição de CEO havia algo que o fazia repensar. Ele não queria deixar de ser um grande elo da companhia com os corretores, por isso a importância de manter a cadeira de VP comercial.
“Até agora eu era a pessoa que ouvia muito os corretores e falava: olha, ouvi os corretores e precisamos melhorar isso, ajustar o preço corretamente, resolver as questões das oficinas, das assistências 24 horas. Agora, não tenho que dar recado. Isso estará comigo. Vou ouvir os corretores cada vez mais. Estou me envolvendo mais com as redes sociais para estar mais próximo dos corretores com um intuito de resolver as questões”, destaca o CEO.
Diversificação de negócios
Rivaldo Leite lidera a companhia cuja receita atingiu R$ 5,173 milhões, crescimento de 33,6% no terceiro trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado principalmente pelos.
O executivo também é um entusiasta de os corretores diversificarem suas carteiras com foco em uma atuação na linha de consultoria financeira ao segurado. A Porto começou há 15 anos com o Consórcio e os resultados são positivos.
Segundo ele, atualmente a companhia é a primeira no ranking do Consórcio no Brasil como emissora de crédito. “Ultrapassamos grandes bancos. Tudo isso através de quem? Do corretor de seguros. É o que estamos dizendo há muitos anos. O corretor tem uma credibilidade muito grande junto a seus clientes e, agora, ele está descobrindo que pode ir além com outros produtos”.
E não é só Consórcio. A companhia tem o case de sucesso do cartão de crédito. “Somos case mundial da Visa porque ninguém acreditava que o corretor vendia cartão de crédito e, hoje, nós somos uma das maiores emissoras de cartão de crédito do mundo através dos corretores de seguros”, comemora.
Por isso, a Porto se posiciona cada vez mais próxima aos 33 mil corretores ativos em sua base com o objetivo de fortalecê-los cada vez mais. “Acreditamos muito nesse potencial, por isso que na Porto Seguro o corretor é pra sempre”.
Porto Bank
Pela primeira vez, a Porto patrocinou um GP de Fórmula 1 que, segundo Leite, era um sonho bem antigo. “Sempre tivemos uma dúvida, que era como iríamos vincular a nossa imagem de seguradora tradicional com um evento de Fórmula 1, uma competição de alto risco. Como queremos ser uma empresa que está presente na vida das pessoas em todos os momentos e a Fórmula 1 tem uma história bonita com os brasileiros, por que não?”.
Ele observa o seguro muito mais próximo às pessoas, não somente no segmento de Automóvel. “A própria CNseg tem feito diversas ações para divulgar cada vez mais o seguro, deixando-o cada vez mais popular”, comenta.
A companhia levou 150 corretores campeões da campanha “Fecha com a Porto” com acompanhantes para assistir à prova no Autódromo de Interlagos.
“Chegamos a uma situação confortável e em um modelo de campanha que dava para agregar os produtos e agradar os corretores pequenos, médios e grandes. A Fecha com a Porto fez esse movimento e conseguiu encaixar todos eles. A primeira fase foi no Rock’in Rio, em que a companhia levou mais de 100 corretores com acompanhantes”.
A companhia também aproveitou o momento de Fórmula 1 para prestigiar seus prestadores de serviços, de assistência 24 horas, oficinas e centros automotivos. “Tomamos esse cuidado, de tentar trazer tudo o que envolve a Porto Seguro.”
A “Fecha com a Porto” ainda terá duas etapas: uma com resort nacional e outra com resort internacional e haverá outra, que será no Grande Prêmio da Bélgica em 2023.
Inovação
Outro ponto importante na seguradora é a inovação, que o CEO diz ser algo que pode surgir o tempo todo, inclusive nos bate-papos com os corretores.
“Somos uma empresa líder no mercado no seguro de Automóvel e estamos muito conectados com o mundo. Temos consultorias trabalhando para nós o tempo todo. Precisamos inovar, mas não podemos esquecer das raízes, do que vem dando certo e também do jeito que o corretor gosta de operar”, acrescenta.
“Precisamos pensar nos melhores meios de comunicação com os clientes, os melhores meios de acessos aos nossos serviços. Nosso super app está maravilhoso. Cada mês que passa aumenta a quantidade de clientes que usufrui do super app para chamados de serviços ou para ver parcelas pendentes. O nosso WhatsApp tem crescido como canal de relacionamento com o cliente e com os corretores”.
Ele lembra que a Porto é uma empresa que cresceu muito e é normal realizar ajustes. “O mais importante são os clientes e os corretores saberem que a Porto é uma empresa que resolve as coisas. O nosso histórico mostra isso”.
Entusiasmado para a nova etapa à frente da seguradora, o CEO, que começou como office boy em uma corretora de seguros, agradece aos parceiros. “Só cheguei aqui com o aval dos corretores. Se eles não validassem tudo isso, não seria eu aqui. O meu compromisso com eles é redobrado a partir desse momento da minha carreira”.
Conteúdo da edição de novembro (248) da Revista Cobertura