Uma das contribuições do seguro é focar em salvar a vida

Expectativa é que o evento no Rio Grande do Sul acelere a resposta do governo para a criação do Seguro Social de Catástrofe
Carol Rodrigues

O cenário no Rio Grande do Sul ainda é de vulnerabilidade. Embora os valores de indenizações a serem pagas nos mais variados ramos seja crescente a cada dia, sabe-que a maioria das pessoas não terão o suporte de um seguro para reparar os danos sofridos e auxiliar no recomeço.

Carlos Valle, Fenacor

“O seguro pode auxiliar desde a reposição do patrimônio físico como com a garantia da vida e saúde das pessoas. Muitas pessoas morreram, sofreram e feriram-se para salvar os bens materiais que não estavam cobertos pelo seguro. Se todos tivessem a certeza de que seus patrimônios estivessem preservados, iam passar por esse momento de forma mais tranquila, com o foco em salvar as vidas, não em salvar o patrimônio”, comenta Carlos Valle, vice-presidente de Comunicação da Fenacor.

Uma grande contribuição que o seguro pode dar em situações de catástrofe é justamente que as pessoas foquem em salvar suas vidas, não os seus patrimônios.

“O seguro desempenha um papel social importante, que fica evidente em momentos como este que o Rio Grande do Sul está enfrentando. No momento em que o seguro cobre importantes valores como os de seguro residencial, de automóvel ou agrícola, significa que essas cifras não estão sendo arcadas pelo poder público ou pela sociedade civil”, comenta Guilherme Bini, presidente do Sindseg-RS.

Seguro Social

Guilherme Bini, Sindseg-RS

Com essa tragédia, cresce a expectativa pela criação de um Seguro Social de Catástrofe.

“O tema voltou às pautas de discussão após os eventos no Rio Grande do Sul. Já existem alguns projetos em estudo e construção, porém os mesmos necessitam de análise e discussão em nível governamental”, ressalta o presidente do Sindseg-RS.

Segundo Valle, a criação desse seguro é importantíssimo porque não existe o hábito de se prevenir para eventos isolados ou simultâneos. “O que tivemos no RS foi uma catástrofe em conjunto com outras. A busca pela CNseg aos órgãos públicos é muito mais importante do que podemos imaginar. Por ser uma catástrofe e ter responsabilidade do próprio estado com relação a esgotos, ruas, escoamento, pavimentação, obras públicas, é importante a coparticipação do estado nessas reposições. Essa é uma oportunidade também para se criar reservas e garantir as reposições”, analisa o VP da Fenacor, que sugere que o seguro poderia ser acoplado ao IPTU, que teria fração dele destinado para as seguradoras. “As reservas e gestões ficaram com as seguradoras”.

Da mesma forma que a pandemia causada pela Covid-19 estimulou a procura pelo seguro de vida, a tragédia no RS tende a trazer a importância do seguro. “É obrigação do Estado alertar, juntamente com os órgãos públicos, a toda a população que estamos vivendo eventos extremos, muita seca e muita tempestade. Tudo em extremo é sempre prejudicial”, diz Valle.

Como enfatiza Bini, a tragédia no RS ensina que as mudanças climáticas são uma realidade. “Devemos nos preparar de forma consciente para enfrentar o aumento do volume de chuvas e o consequente transbordamento de rios, que deverão ocorrer de forma cada vez mais frequentes. Devemos revisar os planos de contingência de danos e preparar estratégias que visem evitar a perda de vidas e minimizar os danos materiais. As seguradoras, através de sua expertise em gerenciamento de riscos, podem contribuir efetivamente para propor soluções que atendam essas necessidades, bem como oferecer coberturas securitárias para esse tipo de evento”, analisa.

Ainda de acordo com o presidente do Sindseg-RS, é fundamental desenvolver cada vez mais o sistema de seguros privados no Brasil e a cultura do seguro para a população.

“Acreditamos em um mercado saudável, inovador e comprometido com a sociedade.

Quanto mais a sociedade contratar produtos de seguros, maior será o número de pessoas e empresas a serem indenizadas em caso de situações cobertas pelo seguro”.

“Segundo avaliação da CNseg, as seguradoras brasileiras estão bem posicionadas para lidar com os sinistros. O Brasil é um país de dimensões continentais, e neste momento em que o Rio Grande do Sul passa por essa situação calamitosa, a maior parte do país está funcionando dentro de uma normalidade, o que faz com que seja possível absorver a demanda do Estado e indenizar a todos de forma rápida, possibilitando um ágil retorno as atividades”, cita o presidente do Sindseg-RS.

Conteúdo da edição de junho (265) da Revista Cobertura

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